quinta-feira, 13 de maio de 2010
o não lugar, aquele
fotógrafo: DenisDarzacq
Falando sobre o não lugar pensamos no que virá depois. Em lágrimas nos olhos, em sorrisos estampados, na sutileza. No simples, naquilo que está em processo, no meio, no momento ideal, aquele no qual não é possível visualizar mais nem o inicio nem o fim, como a vertigem, se é que podemos falar assim. Estamos no lugar prévio da epifania. Não sabemos se vamos chegar nela, afinal não sabemos pra onde vamos, mas o não lugar, como lugar de passagem é obrigatório para o momento da Epifánico que iremos vivenciar. Vivência, pensamos nela, lógico. Pensamos então em pulsão e eu lembro que viver é passar por pulsões que sustentam ou não as coisas. Podemos então, falar em suspensão. E isso me faz pensar no choque. Na incompreensão, ou talvez onde isso não importe, compreender ou não compreender. O que importava naqueles dias era ser sustentada, por necessidades básicas do ser humano e nesse ponto podemos ir mais a fundo e pensar em moléculas, no gozo, na retina, em dilatação, pulsão corporal, nos sistemas, sanguíneo, respiratório, digestivo. E ai, no final de tudo nos damos conta de que somos seres humanos, só isso. Aí voltamos ao simples pronto para se tornar complexo, pra mim ou pro outro, quando unimos dois, quando falamos em encontro e troca e isso, isso me faz lembrar do teatro, assim, rapidinho, pra não incomodar ninguém. Então, voltando ao simples, penso na afetividade, falando sobre o não lugar. Afeto: "Estado emocional ligado à realização de uma pulsão que, reprimida, transforma-se em angústia ou leva a manifestação neurótica". Eu penso em mim, eu me sinto agora voltando pra mim. E isso me faz sentir que estou viva, em um movimento rizomático, repleto de trajetórias cotidianas, como ele me falou. Penso então nas pedras no meio do caminho, quantas você quiser. Vou achando elas e criando meus não lugares, abrindo espaços, dilatando a retina e me vendo sem destino e sem origem. Só eu e tudo que está a minha volta, tudo que tenho afeto fazendo parte de mim como vivência, como pulsão, gerando choque e suspensão. E ai chegamos a um estado, simples, humano. Assim.
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Você me faz chorar quando escreve usando o coração no lugar dos teclados. eu te amo.
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