quinta-feira, 20 de maio de 2010

como

Eu não estou muito bem, que mentira. Se é que alguém pode de fato estar muito bem. Acho que isso não existe. Não sei, que besteira. O fato é que não, não estou muito bem. Você virou parte de minha angústia de hoje. E ela está em mim, por completo, mas agora parece que eu sinto ela de fora, de cima, pelos lados. Observando de um lugar que reconheço, que me reconheço. É só angústia, e por incrível que pareça, leve. Bem mais leve, e assim, olhando de fora, pelas beiradas percebo que vou me desviciando, me desvencilhando e me vendo, voltado pra mim, pra música alta no fone de ouvido, o vento frio passando pelo rosto e jogando meu cabelo na cara, a mulher passando de mãos dadas com a criança e meu cachecol, amontoado em meio a mochila, livros, guarda chuva e garrafa de água. É que agora parece que você virou uma coisa concreta, deve ser a angústia, é o que sinto. Nossa, que horror, será que é isso mesmo, virou angústia, você!? Não me agrada nem um pouco essa idéia, tô escrevendo pra não ficar pensando muito sobre isso, pra não deixar evoluir pra outros lugares ruins. Nessa angústia pelo menos eu me reconheço, me vejo, me sinto. Pra que? Deixar em lugares ruins? Deixar cair neles, chegar neles, ficar neles? Isso sim, isso tá distante de mim, apesar de achar normal o fato de não estar muito bem. Mas ai sou eu comigo mesma. "E é meu corpo atravessado que se povoa", me povoa, como diz o texto aqui do lado.

virou angústia? Espero que não, espero que seja só um sintoma mesmo. Eu comigo mesma.

vamos ver. Ver no sentido mais amplo: ver, sentir, observar(nessa ordem).

vou dormir e acordar, só isso. Simples, como pode ser.

Nenhum comentário:

Postar um comentário