quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
talvez
...não é fácil ter 20 anos, já sabemos disso, talvez porque esse seja o momento de entender o que é se permitir viver ao mesmo tempo em que temos que perseguir nossas responsabilidades que só tendem a crescer e no meio disso tudo e de uma data marcada você me escutou apesar de todos os desencontros, enganos, falhas, deslizes e tudo mais o que perseguimos, sem perceber, até o momento que conseguimos falar a verdade. Foi difícil, doeu e vai doer. Eu falei pra mim mesma sussurrando quando estávamos ali, nos permitindo aquelas algumas horas que restavam com o toque, peso, o suor na pele, o arrepio, a respiração que se perde na outra e todas aquelas coisas que nos faz lembrar de alguma maneira que estamos vivos apesar do corpo cansado de um carnaval. Você ouviu, como se eu estivesse falando no seu ouvido "isso é o que importa pra mim, mesmo que dure pouco" e ainda me respondeu com um beijo. Obrigada por isso, pela confiança, pela escuta, pelo beijo. Vamos falar baixinho verdades e mentiras que são nossas. Fugindo do que virá depois. Vamos? Eu sei, sei que vai doer mais tarde, uma dor pela qual temos total responsabilidade, consequencia de nossa fuga, culpa de nossas verdades e mentiras. Não sei bem se fugimos de fato, pensando melhor acho que fomos até entregues demais a nossa verdade e talvez seja justamente nossa verdade que nos permita fugir de um mundo que já conhecemos. Que bom. Então não se preocupe, se você tirou as estrelas do meu rosto elas agora foram parar nos meus olhos.
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
eu não tenho medo, eu te avisei
agora estou aos seus pés, tentando te escalar. Eu te avisei, isso é um problema pra mim e pra você. A sorte está lançada. Eu vou continuar te escalando e se você não fizer nada não sei onde vamos parar. Me segura! Ou então me pára, quer dizer, ou me segura. Me segura! Me segura que eu paro, mesmo que isso doa eu vou te respeitar ou me segura pra eu não cair e continuar em você, tentando dar algum sentido pra minha vontade, sei que é coisa de menina, mas essa escolha foi sua, agora aguenta. Eu avisei isso é um problema pra mim e pra você. Agora estou sobre seus ombros, tentando te escalar. Me segura! Eu posso cair e morrer e você pode se sentir culpado por isso. Eu avisei. Vou continuar em você, tentando dar algum sentido pro meu corpo. É necessário, já é necessário pra mim e pra você. É necessário pra nós. Que bom, melhor assim. Eu vou continuar, até que nossas forças se esgotem. Aí talvez eu caia e nesse momento não caberei mais nos seus braços, assim como você e nunca coube nos meus, então vamos embora. Eu te avisei, vou morrer, mas já sabíamos. Seguimos então. Podemos recomeçar?
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